top of page

100 anos de memórias

Neste ano de 2023 a Sociedade Polônia completou 127 anos de história e também comemorou o aniversário do seu associado mais longevo: Sr. Henrique Krolikowski, que em julho atingiu 100 anos.

O Sr. Henrique Krolikowski nasceu em Mariana Pimentel/RS, filho de Vicente e Cecília Krolikowski, irmão de Vitoldo e Carlos Krolikowski, ambos já falecidos.


Ele é neto de Jan Krolikowski um dos fundadores da Sociedade Polônia em 1896. No ano de 1898 Feliks Zdanowski publica o primeiro Kalendacz, que relata a fundação da Sociedade Zgoda em 1896, a qual o Jan Krolikowski era o tesoureiro da primeira gestão.

Em uma visita, a sua casa, o Vice-Presidente Administrativo da Sociedade Polônia, Sr. Mariano Hossa,  teve o prazer de conversar informalmente com o Sr. Henrique e sua esposa Sra. Zilda.


No decorrer deste bate-papo o casal entregou uma apostila com uma pesquisa feita em 2002 pelo Sr. Estácio Nievinski Filho, contando a trajetória de Jan Krolikowski desde o nascimento em maio de 1861 na aldeia Makowiec Mary, na Mazowieckiena, o registro de seu casamento ainda na Polônia na cidade de Stanislawow próxima a Varsóvia, sua chegada ao Brasil em 16/12/1890 com o desembarque do navio Darmstad na Ilha das Flores no Rio de Janeiro com a esposa Anna Ołdakowski e os filhos Waclaw, Bronislawa, Sofia e Daniel. Permaneceu por um ano em Porto Alegre trabalhando na instalação do maquinário da Fabrica de Tecidos Fiateci, porém devido a política do governo, em 1891 foi encaminhado a Santo Antonio da Patrulha/RS onde em 1893 nasce sua filha Josefa, como não tinha conhecimento na agricultura voltou a Porto Alegre após 3 anos na cidade, retornando a capital, com seu diploma de mecânico curso este feito na Polônia, trabalhou em algumas empresas e em seguida abriu sua oficina mecânica que ficava na rua João Pessoa. Ainda em Porto Alegre Jan teve mais 2 filhos, Francisca (1896) e Vicente (1898).

Em 1902, o Sr. Jan Krolikowski entrega a oficina para seu filho mais velho, muda-se para Mariana Pimentel onde construiu um engenho de arroz e moinho de moer cereais, ali trabalhou até 1918 quando vendeu todas as instalações e foi residir com um de seus filhos ainda em Mariana Pimentel. Em 1938 veio morar com sua filha Francisca em Porto Alegre e em agosto do mesmo ano veio a falecer.

Durante a conversa o Sr. Henrique, falando da esposa como sua eterna namorada, brinca que foi importada de Caxias do Sul e que no momento que casaram se tornaram uma pessoa só. A Sra. Zilda Bravatti descendente de italianos nasceu e viveu até o casamento na serra gaúcha. O casal se conheceu na cidade de Caxias do Sul, quando o senhor Henrique participava de um campeonato de ciclismo. Namoraram por 2 anos por correspondência e a senhora Zilda conta que guarda as cartas de amor até os dias de hoje e o Sr. Henrique complementa que foram 2 anos de distância, mas que os corações estavam ligados.

Este campeonato foi organizado pelo departamento de ciclismo do Sokoł. Na época a Sociedade Polônia não aceitava associados descendentes de poloneses nascidos no Brasil, e que com isto surgiu a Sociedade Sokoł que possuía o seguimento esportivo e aceitavam associados independentes da nacionalidade, esta associação posteriormente tornou-se um departamento da Sociedade Polônia. O Vice-Presidente da Sociedade Polônia, Sr. Mariano Hossa, comentou sobre a criação do Centro de Memória em parceria com a UFRGS e que os troféus do Sokoł estão sendo catalogados para posteriormente serem colocados em exposição. O senhor Henrique ficou feliz por terem preservados estes troféus e informa que o principal responsável para haver o setor de ciclismo dentro da associação foi Luis Mosquetti.

Sr. Henrique conta que conheceu seu avô e que quando este faleceu ele tinha em torno de 16 anos, informa que seu avô veio para o Brasil como imigrante Russo, pois na época a Polônia não existia como nação, estava dividida entre Áustria, Rússia e Prússia.

Relata, também, que morou em sua cidade natal até os 15 anos e depois veio com a família para Porto Alegre. Seu pai era comerciante e ao chegar à capital alugou um armazém e deu continuidade na profissão. Nesta época ele e seus irmãos trabalhavam na oficina Jarzynski, onde aprenderam o oficio por oito anos. Posteriormente abriram uma pequena oficina atrás do galpão de seu pai onde consertavam motores e toda parte elétrica de automóveis. Conta que a demanda era muito alta que trabalhavam das 7 da manhã até a meia noite ininterruptamente, e com isso foram guardando dinheiro e junto de seus irmãos em 1947 fundaram a Irmãos Krolikowski, atualmente IKRO.


Após a chegada do senhor Henrique em Porto Alegre foi estudar na Escola Técnica Parobé, onde concluiu sua formação técnica aos 17 anos, era o mais novo da turma, recebeu o seu diploma das mãos do Presidente Getulio Vargas, este feito se deu quando foram organizar a formatura e um dos alunos propôs que convidassem o Presidente, mas não imaginavam que teriam resposta, algum tempo depois do convite receberam um retorno positivo, mas que o Presidente não iria à cerimônia, que ao passar por Porto Alegre iria receber os formando para entrega dos diplomas.


Na sala de sua residência está exposta a placa de homenagem que lhe foi concedida no Centenário da Sociedade Polônia, conta o senhor Henrique que foi uma honra receber este reconhecimento em nome de seu avô junto de seus irmãos.



Com grande satisfação e emocionado o senhor Mariano Hossa agradeceu a disponibilidade do Sr. Henrique e da Sra. Zilda pela incrível oportunidade de poder a Sociedade Polônia fazer este registro histórico.




Galeria de fotos da entrevista:



Fotos disponibilizadas pelo Sr. Henrique e a Sra. Zilda

Comments


Posts Em Destaque
Posts Recentes
Arquivo
Procurar por tags
Siga
  • Facebook Basic Square
  • Twitter Basic Square
  • Google+ Basic Square
bottom of page